NUNCA TIVE MEDO, SÓ CISMA!

   

POR VOLTA DOS ANOS DE 1970 A 1971, EU E A LUCIA, AINDA SEM FILHOS, VIVENDO UMA VERDADEIRA LUA DE MEL, EM NOSSA CASA PRÓPRIA, ESTÁVAMOS EMPREGADOS, ENFIM, TUDO DE BOM ACONTECIA EM NOSSO DIA A DIA.

  

   LEMBRO COMO SE FOSSE HOJE, VOLTAMOS DA NOSSA LUA DE MEL, EM SÃO PAULO, FICAMOS NO BAIRRO DE BABAQUARA, BEM PRÓXIMO DO AEROPORTO DE VIRA COPOS, EM CASA DO TIO JOSÉ LOPES, NA ÉPOCA DA VIAÇÃO PARA TODOS, E TERMINADO NOSSA ESTADIA EM SÃO PAULO, RETORNAMOS A NATIVIDADE.

 E PARA A NOSSA ALEGRIA, QUANDO CHEGAMOS EM CASA,

ACONTECIA NO BAIRRO, A FESTA DE  NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS ,A PADROEIRA DO BAIRRO, 

FOMOS ACOLHIDOS PELA MADRINHA ANTONICA E POR TODO O PESSOAL QUE FAZIA REALIZAR EM FRENTE DA NOSSA CASA UM GRANDE LEILÃO DE RICAS PRENDAS.

    FOI O MAIOR BARATO A ALEGRIA DE TODOS EM RECEBER-NOS COMO OS MAIS NOVOS MORADORES DO BAIRRO, NO QUAL PERMANECEMOS ATÉ HOJE, GRAÇAS A DEUS!

   COMO NEM TUDO CORRE DO JEITO QUE GOSTARÍAMOS, CERTA NOITE, ESTÁVAMOS DEITADOS, OU ATÉ JÁ TÍNHAMOS DORMIDO UM POUCO, E, NAQUELA ÉPOCA A LUCIA TINHA UM SONINHO BEM LEVE, NÃO É COMO HOJE, QUE ELA DEITA E DORME MESMO!

   POIS BEM, ELA SEMPRE MUITO MEDROSA, E EU CÁ PRA NÓS, TAMBÉM DE POUCA CORAGEM NO NOSSO DIA A DIA DE MARIDO E MULHER!

   CERTA VEZ, A LUCIA ACORDOU POR VOLTA DAS DUAS HORAS DA MANHÃ, ACORDANDO-ME DIZENDO QUE TINHA UM PRESSENTIMENTO QUE ALGUÉM PASSOU NO BECO, PRÓXIMO A NOSSA JANELA!

EU DISSE PRA LUCIA, POXA! VOCÊ DEVE ESTÁ É SONHANDO, PORQUE NINGUÉM VAI ENTRAR EM NOSSO QUINTAL E PASSAR LOGO AQUI PERTO DA NOSSA  JANELA, E O MEDO DE UM TIRO, DISSE EU TAL QUAL UM VERDADEIRO HOMEM!

   CLARO QUE NAQUELA ÉPOCA PODIA TER ARMA EM CASA, E EU TINHA UM REVOLVER ACHO QUE CALIBRE 22 E QUE NÃO CONSEGUIA ACERTAR NENHUM TIRO COM ELE, ACHO QUE TINHA O CANO ERA BEM TORTO MESMO!

MUITO BEM, PASSARAM-SE OS MESES, E NOVAMENTE A LUCIA TEVE A IMPRESSÃO QUE ALGUÉM HAVIA PASSADO DE NOVO NO BECO DA NOSSA JANELA, E NO FUNDO DESTE BECO, HAVIA UM QUARTINHO, QUE EU NUNCA TINHA IDO LÁ PRA VER O QUE TINHA DENTRO, ACREDITAVA QUE TINHA ALGUMA COISA DA MINHA MADRINHA ANTONICA, E QUE NA VERDADE SÓ TINHA COISAS QUE JÁ ERA PARA TER SIDO DESCARTADAS, MAS, A MADRINHA GOSTAVA DE GUARDAR, NÃO SEI PRA QUAL FINALIDADE, MAS, GUARDAVA LÁ!

  ENTÃO NAQUELA NOITE, PEGUEI O TAL REVOLVER, NEM ME LEMBRO SE TINHA BALA NELE, MAS, PEGUEI O BICHO E FUI PAR A O BECO IGUAL A UM HOMEM, ESTUFEI O PEITO, FIZ CARA FEIA, E PENSEI, BEM SOU OU NÃO SOU O HOMEM DESTA CASA?

   FIZ A PERGUNTA PRA MIM MESMO E FUI! OLHA QUANTO MAIS PERTO EU CHEGAVA, MAIOR ERA A SENSAÇÃO DE QUE O CARA ESTAVA ME OLHANDO, E A QUALQUER MOMENTO, ELE PARTIRIA PRA CIMA DE MIM, E EU TERIA QUE RESOLVER O PROBLEMA QUE NÃO ERA MEU, MAS, DA LUCIA, E ELA COITADA  COMO  FICOU DENTRO DE CASA TORCENDO POR MIM, EU PENSEI: BEM, QUEM ESTÁ NA CHUVA E PRA SE MOLHAR, SE EU ESTOU AQUI PARA ENCARAR ESTA SITUAÇÃO, DA QUAL EU FAÇO PARTE POR DEFENDER MINHA AMADA, EU MORREREI LUTANDO, MAS, NÃO RENUNCIAREI A LUTA!

   E ASSIM, PENSEI E FIZ, QUANDO CHEGUEI BEM PERTO DA PORTA, ONDE POSSIVELMENTE PODERIA ESTÁ O CIDADÃO COM UMA FACA OU TAMBÉM UM REVOLVER EM MÃOS, EU NÃO PENSEI DUAS VEZES, PARTIR EM UM GALOPE SÓ, IGUAL HOMEM CORRENDO DE UM LEOPARDO, CORRI FEITO GENTE GRANDE, E QUANTO MAIS CORRIA, MAIOR ERA A SENSAÇÃO DE QUE O CARA ESTÁ VINDO A TODA VELOCIDADE ATRÁS DE MIM,

CHEGUEI DENTRO DE CASA E BATI A PORTA IGUAL HOMEM, CHEGUEI AO QUARTO E FALEI PRA LUCIA QUE NÃO TINHA NINGUÉM, E ELA PERGUNTOU-ME PORQUE QUE EU CORRIA TANTO? 

FOI QUE EU DISSE PRA ELA, QUE TINHA A SENSAÇÃO DE QUE O CARA ME PERSEGUIA, ELA RIU MUITO E ESTA HISTÓRIA MARCOU A NOSSA VIDA, ONDE PARA NÓS A CORAGEM ESTÁ ACIMA DE TUDO, SÓ NÃO ESTÁ ACIMA DO NOSSO AMOR, QUE É LINDO, E QUE ÀS VEZES FICA UM POUCO ESTREMECIDO PELOS TEMPORAIS DA VIDA, MAS, VIVEMOS NO AMOR DE DEUS, ONDE O QUE DEUS UNIU, SÓ MESMO ELE PODERÁ SEPARAR-NOS!