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sábado, 24 de maio de 2014

Varre-Sai- Os mocinhos e os foras da lei.




Varre-Sai continua a fazer parte da minha vida, embora esteja morando em outra cidade, não posso esquecer o tempo de criança, tempo este que marcou definitivamente o meu coração e minha alma.  A história da minha pessoa que passo a contar agora aconteceu nas proximidades da Matriz de São Sebastião de Varre-sai, nos idos de do ano de1952...
Como existe até hoje, é preservada, a mata onde se localiza hoje o Monte Calvário.
 
 Neste morro, sempre teve muitas árvores, e as crianças daquela época, adoravam  brincar de faroeste naquele local. Eu, Renilton, Paulo Roberto (Fnm), Tão, Elói e o Miguel Manga Rosa. É claro que eu era um dos artistas deste faroeste,  e nós fazíamos um trio de mocinhos e os demais faziam o grupo dos fora da lei, existia mais meninos, mas, não me lembro os nomes agora, e combinamos tudo direitinho, então a moçada era espalhada pelo morro adentro, e então começa a brincadeira, o legal é que todos conheciam muito bem toda a região, só que os que faziam parte como os fora da lei, não conheciam os planos.
Após tudo combinado, a galera embrenhou-se na mata .




Fomos a luta, era na parte da tarde a brincadeira, já que de manhã, todos estudavam na parte da manhã na Escola Estadual de Varre-Sai ,localizada na residência do Senhor Aracy Giovanini!
Como eu morava bem próximo a Matriz, corri lá em casa e peguei uma corda que era do papai Odithes amarrar a sua égua piabanha, que todas as vezes que era nela colocada arreio e apertava a barrigueira, ela virava a cabeça e mordia no ombro da pessoa que a arriava, então. o papai usava a corda para amarrar a cara da égua prá não morder nele quando apertava o arreio! Segurando a corda, e com a turma fomos para mato adentro ao encalço dos meninos do grupo de bandidos, e por longas correrias mato adentro, lá estávamos nós, e fomos com muita disposição (a de criança) e conseguimos pegar o Elói e o Manga Rosa, e os prendemos numa arvore, e ,marramos os dois, bem amarrados mesmo! A brincadeira continuou a tarde toda, até que cansados e sem localizarmos os demais do grupo dos considerados os foras da lei, com a chegada da noite, fomos para suas respectivas casas,






 só que ninguém se lembrou de todos os componentes, e o Manga Rosa e o Elói, permaneceram amarrados, e com certeza até gritaram, mas ninguém os ouvia, só mesmo lá para nove horas da noite, foi que os pais deles nos procuraram, e então é que nos lembramos deles devidamente amarrados lá pelas alturas da mata. Olha que todos nós fomos juntos com todos os pais para localizá-los, e não é que os encontramos bem amarrados e chorando muito, não sei se de medo ou com fome! Foram soltos, eu levei uma boa surra,















 


 e daquela data prá cá, não mais brincamos daquele jeito, pois, foi uma maneira muito radical, embora dentro da nossa santa inocência, será? Mais foi maneiro e inesquecível!
 

Varre-Sai – Eu e o Exército

Outra história foi por volta do ano de 1961, quando estava servindo ao Exército.
Quando nos apresentamos na Estação de trem da Leopoldina em Natividade para embarcarmos para o Rio de Janeiro, para servirmos ao Exército. 








Era mês de janeiro e  foi numa madrugada bem quente de Natividade, e na estação  encontrava muitos jovens com malas em punho para uma viagem, que não seria de volta rápida, mas, uma viagem com estadia de aproximadamente um ano, pois, íamos servir a Pátria nas fileiras do Glorioso Exército Brasileiro, na Vila Militar





 em Deodoro, Rio de Janeiro.
Foi verdadeiramente uma enorme aventura a nossa viagem até ao Rio, isto porque, o trem que nos levava, transportava também jovens de outras cidades do nosso estado. Então, pernoitamos em Italva, depois em Campos e em seguida no quartel no Rio de Janeiro. Foram dois dias e duas noites de viagens até chegarmos à estação Barão de Mauá em São Cristóvão que era o ponto final da grande viagem ao Rio.
Lá chegando demos de cara com vários caminhões do Exercício




que nos esperava para nos conduzir até ao quartel, onde permanecemos por alguns dias como conscritos, aí sim, com o tempo fomos designados para as nossas companhias, onde ficamos até o fim do nosso tempo de servir ao Exército. Bem, neste tempo, muitas coisas aconteciam com cada um de nós, eram os exercícios físicos, os desfiles,





 os deslocamentos para as manobras, as marchas noturnas, sem contar os fatos do dia a dia, fora e dentro do quartel. Bom, aí que eu quero chegar, onde a minha pessoa passou por alguns maus momentos.





 
Naquele tempo de Exercito, existia o Estado da Guanabara cuja capital era a Cidade do Rio de Janeiro e o Estado do Rio de Janeiro cuja capital era Niterói.
Naquela época não poderia o soldado do Rio ir para outro estado sem a devida autorização dos superiores, acho que até hoje deve ser da mesma maneira, questão de maior controle, certo?







Certa vez, eu e outros meus colegas de Varre-Sai resolvemos atravessarmos de barca até Niterói para passar um domingo por lá, assim o fizemos, curtimos Icaraí, só que tínhamos que voltar para o Quartel antes das 22 as, e por nosso azar, chegamos a Praça XV por volta das 23 horas, e caímos nas mãos da Policia do Exército. Que de imediato solicitou-nos a permissão de travessia Rio - Niterói, e alguns dos meus companheiros tinham esta autorização e outros não, e eu estava nesta de não ter a autorização. Fomos levados para o Quartel da PE na Praça XV








 ficamos por algumas horas ali retidos, até que fosse esclarecidas com ordem de quem atravessamos para Niterói. O dia praticamente amanhecendo, e nós ainda retidos até que o Oficial chegasse para manter contacto com o nosso Quartel. Tinha dois ranchos e dois campos de futebol, era realmente um colosso!





Bem, o  nosso Comandante chegou ao nosso Quartel e em contato com a Polícia do Exército pegou nosso nome e número, e retornamos de réu marítimo fomos conduzidos até ao Regimento Escolas de Infantaria,(REsI)
Levamos uma boa chamada e fomos para à hora do pato (local onde toda a companhia toma conhecimento de algo feito de errado pelo soldado) para servir de exemplo.
Foi a primeira e última chamada que levei durante a minha estada ao glorioso Exército Brasileiro, que levou cerca de dez meses e quinze dias de serviços “quase” sem alteração. O mesmo aconteceu com os outros colegas também, já que fomos juntos e voltamos juntos sãos e salvos. Graças a Deus!