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terça-feira, 22 de agosto de 2017

Dançar só com ordem do dono do baile!




       Outro fato que marcou bastante a minha juventude foram os bailes realizados em Varre-Sai, os quais se tornaram momentos alegres e felizes, pois, era o que tínhamos a fazer, e a juventude ficava nas práticas do futebol, ping pong e as dancinhas no clube ou casas de família!
 
 
 
       Por vários anos, aconteciam dois tipos de bailes em Varre-Sai, o clube das moreninhas, conhecido como Cavadeiras e o clube das elites, conhecido como Clube dos 13!
       O meu Pai Odithes realizava o baile do clube das moreninhas, com o Darizinho o rei da sanfona, o Clube dos 13 trazia bons conjuntos musicais e as noitadas eram sem grandes problemas e muito festivas.
       Com o passar do tempo, o Clube dos 13 parou suas atividades e também o meu Pai Odithes paralisava também os seus bailes e com isso, dando novas oportunidades a outras pessoas a realizarem estes bailes.
       Então surgiu o Senhor Norival Antonio de Oliveira (o Valinho), que iniciou suas atividades nas promoções de bailes, mas, que tinha algo de especial, se tornando bem diferente dos demais bailes já realizados em Varre-Sai, porque o baile do Senhor Valim começa e ninguém poderia dançar sem as devidas ordens dele, ou seja, era ele o Valin, que convidava a dama e conduzida por ele que a entregava então ao rapaz para dançar com ela, e assim ele procedia todos os momentos que o tocador parava de tocar e que as damas assentassem!

 

 
       Os seus bailes eram assim que funcionava: ninguém tinha autoridade de tirar a escolhida dama para dançar, quem escolhia as damas para os dançarinos era o dono do baile o Valim!
 

        E todos encaravam com certa obediência porque senão era convidado a sair do salão e pronto e, não era permitidas brigas ou discussões e o clima era só alegria e boas músicas, e a casa era cheia, e a galera curtia a noitada até o dia clarear!
       Tempos áureos de Varre-Sai, não existia bebedeira e a alegria era mais contagiante do que nos dias atuais!

 

João Bonifácio e o Elefante.




         Quem de Natividade- RJ, que não tenha conhecido o João Bonifácio “João Galinha”?Quem não se lembra deste personagem dos mais amigos e divertidos de nossa terra e que tanto significou para a nossa história?
O nosso querido e popular João Bonifácio, conhecido como João Galinha, que durante sua vida entre nós, por vários vezes presenciamos o mesmo na função de abre alas nos diversos cortejos fúnebres de nossa Natividade, nas procissões realizadas, ele ia à frente como se fosse um verdadeiro policial administrando o tráfego de veículos no sentido de facilitar a passagem do povo!
  


                O nosso amigo sentia-se muito bem trajado, como se fosse um policial, com um quepe da banda de música, e no bolso uma flor ou mesmo uma etiqueta de identificação, sempre escrito algo sobre ele como exemplo: “Sou o João Galinha autoridade! Ou o Coronel Galinha” e assim tantas outras identificações sobre sua pessoa que era colocada no seu bolso!
              Todos os dias ele pedia café ou comida nas casas e ficava muito bravo quando alguém negava ou falava que ainda não tinha o rango pra ele no momento!


 
                 Um fato que me deixou muito triste, foi quando assisti algo que me causou verdadeiro horror, foi quando estavam armando um grande circo no terreno baldio ao lado do Posto do Ary, onde hoje o Colégio Padrão, e que no local encontravam algumas pedras para colocar de enfeites em paredes, de propriedade do Senhor Zeno Ricaldi (acho que era esse o nome mesmo). e o circo que era por sinal bem grande, tinha muitos animais como elefantes, cachorros, leões e macacos!

 
 

              À proporção que o circo estava sendo montado, os animais eram colocados a mostra do grande que curiosamente superlotavam toda a área do circo. Alguns animais mais escondidos dado a conhecer sua fúria, outros mais acostumados com muita gente, nem ligava, a até o mesmo um enorme elefante, que se encontrava bem a entrada do circo, mas, é claro, devidamente afastado do acesso ao público, mas mesmo assim algumas pessoas chegavam bem perto do mesmo para dar alimentos etc.!
 
                 E não poderia de ser diferente, o João Galinha, totalmente empolgado com o elefante e com parte das pessoas incentivando-o, ele até chegava bem perto do elefante para dar comida.E todos diziam para não chegar perto do elefante, porque a sua tromba poderia alcançar as pessoas e estas serem machucadas, inclusive pessoal do circo dava alerta de cuidado para todos!Embora o elefante fosse até certo ponto idoso, mas, era forte e violento e poderia machucar alguém!

 

                 Foi quando o João Galinha pegou um monte de capim e tendo colocado na tromba do elefante, este não só pegou o mato das mãos do João Galinha, mas, também pegou o João e o lançou a uns cinco metros de distância, bem em cima das pedras, causando ao nosso querido João Galinha alguns ferimentos nos membros e cabeça, sendo levado para o Posto de Urgência de Natividade, com muitas escoriações!
               Conclusão: o João sem muito juízo e o elefante sem muita consideração, o mais fraco foi mesmo amarrotado pela inocência e força do também sem juízo elefante, que apenas queria brincar mais um pouco com o João Galinha, que depois de algumas semanas, e ainda bem dolorido o João perguntava, e o elefante, ainda está vivo?
                Quase que aquele danado me matou! Finalizou nosso querido amigo!
Mais um fato que minha pessoa presenciou!