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quarta-feira, 19 de julho de 2017

OS internos do Ginasial no N.T.C.!



 Sebastião Odithes
Mais uma vez aqui estou para relatar mais um capítulo da minha vida, agora como estudante interno do Ginásio Natividade, foi  por volta do ano de mil novecentos e cinqüenta e oito, época em que estive no internato do colégio realizando o curso ginasial, e, como a maioria dos estudantes que ali se encontravam, gostavam de dançar, e num desses  dias foi que rolou o que relato nesta página como prova testemunhal do comportamento de adolescentes agrupados e unidos por um mesmo ideal: estudar!
O fato aconteceu em uma das tradicionais festas de setembro, o clube de Natividade era o N.T. C. - Natividade Tênis Clube (não existia o Clen), e fazia realizar mais uma edição dos tradicionais bailes do tríduo festivo, e, sempre abrilhantado por grandes conjuntos ou orquestras, e este baile, era abrilhantado pela Orquestra Pato Preto, onde seus músicos saiam tocando do palco do clube e se misturam com os demais dançarinos sem perderem o ritmo e também a harmonia musical, um perfeito entrosamento entre músicos e dançarinos, e aquilo era motivo de mais animação a todos, em seguida parte dos músicos retornavam para o palco e ficava ainda no meio dos dançarinos apenas o Maestro Pato Preto, que executando musicas latinas deixavam a todos boquiabertos e era motivo de muitos aplausos!
Uma noite inesquecível com casa cheia e todos se divertindo bastante, claro, com muito calor, pois, o clube era com poucas entradas de ar e funcionava no espaço acima de Dargan Ferragens e na parte baixa era o Cinema Ouro Verde!
Foi uma época de sucessos musicais famosos como-Estúpido Cupido- com Cely Campelo, Vai, mais vai mesmo com Nona Ney, Deusa do Asfalto com Nelson Gonçalves, Não digo o Nome com Anísio Silva e tantas outras musicas nacionais e internacionais famosas, músicas realmente inspiradas por grandes músicos, compositores e cantores de absoluta qualidade, enfim, tudo perfeito para tudo ser sucesso!
Claro que todos os participantes (dançarinos) se vestiam com passeio completo, e as damas com penteados inovadores e vestidos extremamente belos, enfim, lindas de verdade e nós homens, claro, por obrigação e nem sempre gostando muito, mas, também fazíamos de tudo para não decepcionar, já que normalmente nós homens precisamos de muito pouco para ficar mais belos, mas, fazíamos a nossa parte, nas mãos um creme para deixar as mãos aveludas e por ai afora!
Agora é o ponto que quero chegar sobre a minha pessoa, graças a Deus, meus pais sempre tiveram boa vontade, mas dinheiro era manga, isto é, muito difícil de ter, pois, era um ano tal qual aos demais, muito tudo difícil!
Com a chegada da festa de setembro, dei um pulo a expliquei ao Papai Odithes sobre o baile, e que eu precisava que me emprestasse um terno, era uma época que se usava muito o tal de terno!
Bem, levei aquele papo com o velho e í arranquei dele o empréstimo do terno de linho branco dele, para que eu pudesse ir ao baile, porque não entrava no baile sem se apresentar trajado de terno completo!
No dia do baile com esta orquestra famosa, a expectativa era grande e a animação dos internos não poderia deixar de também ser grande, enquanto uns se vestiam, outros calçavam meias e sapatos, enfim, aquela zorra de corre prá lá, corre prá cá, me empresta isso, quem quer isso, e o tempo ia passando, e fui vestir a calça do terno, e a calça era comprida demais pra mim, e fiquei triste demais e então resolvi botar a boca no trombone pedindo a quem tivesse alfinete de cabeça pra me emprestar, para eu tentar fazer a bainha da calça, do contrário, eu não poderia ir ao baile, e assim fiz, virei à calça pelo avesso e enfiei alfinetes de cabeça em todas as bainhas da calça e até que ficou legal, mas, ao vestir a calça, um dos alfinetes enfiou no meu dedo ferindo e sangrando, mas, o momento era a de ação e não lamentação, porque, além disso, posso afirmar que homem é homem e gato é gato, consegui vestir-me e modesta parte fiquei até bem bonitinho, claro dentro da minha acentuada modéstia!
Os demais gritavam, outros respondiam, porque a cor escura da calça tinha de ser combinado com meias da mesma cor, e os sapatos combinados com a cor dos cintos, enfim uma agradável confusão que ao findar das confusões, tudo estava dentro dos conformes e em manada, todos com algumas vodkas ou rabo de galo na cuca, lá chegamos, dançamos alegres e felizes e ao voltamos para o colégio, voltamos também radiantes e cansados, e quebrados, é claro que chegamos e apagamos! 

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Varre-sai e eu Cantor Sebastião Odithes Blog




Varre-sai e  eu Cantor

           Certa vez me bateu na cuca que eu cantava bem e que deveria me preparar melhor para ser um cantor da musica popular brasileira e assim fiz...
             Numa época em que o Partido Trabalhista Brasileiro tinha um prestígio bem aguçado na Política Nacional, e vários estados lançavam seus candidatos a governador pelo PTB, e o Estado do Rio de Janeiro também embarcou nessa e o candidato era o bom-jesuense Dr. Roberto da Silveira, o candidato do PTB a concorrer ao Governo Estadual às eleições e a campanha foi iniciada e todos os Municípios tinham o seu Diretório para dar uma dinâmica aos seus candidatos, e o clima ficou alegre e sem propinas, já que os partidos políticos podiam oferecer churrasco para multidões ou então dar almoço e transporte para os eleitores.
           E neste período o PTB de Varre-Sai tinha a direção do Senhor Altair Oliveira Rosa, conhecido pelo apelido de (Sapo), e com ele o Prof. Walter Vieira (o Tina) fazendo uma dupla de comando da mais alta categoria e como eram muito inteligentes, o Senhor Altair e o Professor, Walter contratou um bom locutor de Parque de Diversões com o nome de (Sebastião) e alugou as dependências da propriedade do Sr. José Duarte dos Santos (o Juca do Bar), para que ali fosse instalada a sede do PTB.
Na época o PTB de Varre-Sai tinha muitos seguidores e todos de muito bom gosto, e montaram então um grande programa de calouros.
          E nos finais de semana a sede ficava superlotada com a comunidade ali se reunindo para assistirem e participar também do grande evento que era então o programa a de calouro, e com o tempo foi se tornando um sucesso até mesmo após as eleições!
Várias pessoas participavam do evento cantando ou executando instrumentos musicais!
          E todas as semanas a alegria e o sucesso das noites eram confirmados e entre alguns participantes eu Sebastião Odithes e tantos outros e tinha várias cantoras e instrumentistas e a disputa era acirrada e sadia, e ganhava aquele que o grande público aplaudia mais!
           Muitos ganharam seus prêmios e a alegria era constante em todos, pois todos eram amigos e curtiam juntos os ensaios!
E lembro-me que ganhei uma das apresentações cantando a musica que Nelson Gonçalves que era conhecida como a História da Lapa!
Naquela noite posso confessar a todos que arrebentei a boca do balão e fui o grande vencedor!
          Depois, nunca mais ganhei nada, principalmente cantando, pois, até posso acreditar que ganhei mesmo naquela noite, porque cantei muito bem a musica e a galera foi à loucura nos aplausos e naquela noite tornei-me um verdadeiro astro!
            Pena que a luz deste astro não passou daquela noite e nunca mais cantei nada, a não ser na Igreja louvando a Deus!
Mais uma façanha da minha vida, o de ser cantor!