No meu tempo de criança, isso por volta
do ano de 1947, as opções de brinquedos ou brincadeiras em Varre-Sai, eram por
demais fracas, pois não existiam
as preocupações como nos dias de hoje, com a falta de segurança e violência demasiadamente
grande também!
Se nos próprios
estabelecimentos de ensino da época, o colégio oferecia apenas um banheiro para
ambos os sexos, e a água que bebíamos era a mesma água que se lavava os latões
que transportavam leite da zona rural para a cidade!
Não existia copo
ou xícara e muito menos água filtrada e nunca se imaginava em comida ou lanches
ofertados pelo Governo Estadual ou Municipal para a gurizada!
A nossa
distração na hora do recreio era jogar futebol com a bola sendo uma meia velha
cheia de retalhos para ser a bola, e o bicho pegava com grandes chances de
fraturas nas bolas divididas e fora os cortes na sola dos pés, causadas pelas
pedras existentes no quintal onde era a quadra e futebol da galera!
Claro que tínhamos outras opções objetos de nossas criações
como à brincadeira de carros feito de tábuas de caixote de tomates e carretéis,
que dava para fazer bastante barulho, quando passávamos carvão nos carretéis e
os carrinhos faziam realmente um tremendo barulho ou então nos divertíamos com
a bola de gude e assim passava o tempo.
e chegava então o grande momento quando
nós nos deslocávamos para o pasto ao lado da Matriz de São Sebastião de
Varre-Sai, e ali então que a brincadeira ficava animada e divertida, pois,
vários de nós descíamos deslizando sobre uma casca de folha de coco, ou de uma
pita (usada muito para coará roupa).Era tal de descer e subir pasto que quando chegávamos em
casa, estávamos praticamente liquidados de cansaço!
Existia entre uma galera uma disputa de quem passava
deslizando pasto abaixo e passando por uma cerca de arame farpado!
Se desse bobeira, é claro que se machucaria, mas, raramente
alguém se machucava, mas, acontecia! Eu mesmo tenho uma cicatriz no peito
causado por uma distração ao descer chiando e passando por baixo do arame, não
deu tempo de abaixar, e dei de cara com o arame farpado, causando ferimento no
meu tórax, cuja cicatriz carrego até hoje, sem nenhuma saudade!
Depois deste dia paramos de tal brincadeira e fomos proibidos
de ali brincar pelo administrador do pasto o Senhor Erasmo.
Além do risco das descidas, nós ainda tínhamos que lutar
contra os carrapatos, que eram muitos e que todos ficavam super lotados destes
insetos, e chegando o tempo de irmos embora, que cada um catava carrapato no
outro, e assim, chegávamos em casa com uma quantidade pequena de carrapatos,
felizmente!
Mas, não tínhamos nenhuma outra brincadeira e não ser tomar
banho de açudes do Senhor Godo.
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