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segunda-feira, 17 de julho de 2017

VARRE-SAI NO TEMPO EM QUE A CARNE E MANTEIGA ERAM SÓ PRO CHEIRO!



VARRE-SAI NO TEMPO EM QUE A CARNE E MANTEIGA ERAM SÓ PRO  CHEIRO

Por Sebastião Odithes para Blog

Na minha meninice, sempre ouvia dizer, que a carne e a manteiga eram só pra cheiro!
Assim era a mentalidade de algumas pessoas daquela época, mas, nem todos, pois alguns levavam uma vida regada à boa alimentação com a tal de carne, pois, tinham dinheiro para conseguir comer bem, outros era mingau de fubá com couve bertalha e aquele tomatizinho pequenininho de dava no mato mesmo, e lá uma vez ou outra que comia um franguinho no domingo!
Lá em casa, a carne era aos sábados, primeiro, porque os açougues da época só matavam aos sábados ou em ocasião de festas!
As carnes de primeira eram vendidas antecipadas para as famílias que tinham recursos (geladeiras) e a tal de carne de pescoço era a que sobrava para nós aos sábados!
Lembro-me como se fosse hoje, o Papai Odithes ia ao açougue comprara um quilo ou meio quilo de carne de segunda, já que a carne de primeira já tinha dono sempre! Então Papai chegava a casa com a carne para o almoço, mas, ele mesmo estava ansioso pra comer um pedaço da mesma assada na chapa, e com ele nós também fazíamos o mesmo, de maneira que na hora do almoço, realmente só comia carne a Mamãe Natalina, que guardava a carne dela para comer no almoço, mas, nós três já tínhamos comido a nossa cota do almoço, ficando desta forma outros pedaços para a janta, e era assim, já no domingo era novamente banana frita com inhame, arroz nunca passamos fome, agora que tínhamos vontade de comer melhor, claro que tínhamos, mas, não tinha jeito e assim crescemos bonitos, saudáveis e espalhando alegria e felicidades. Porque sempre fomos pobres, mas, sempre também honestos! Graças a Deus e o exemplo de nossos Pais.
quebradinho ou canjica (milho) e se tivesse carne na semana, era com certeza carne de tatu, ouriço ou coelho ou então de juriti ou pomba trocal, que o Papai, Senhor Doca ou Salvador Soldado caçavam a noite com cães e nós, eu e o meu irmão, era que levavam a enxada, enxadão, foice e baldes para cavar e jogar água no buraco de tatu, ouriço ou largato! Era a luta da sobrevivência, porque carne de boi ou porco era difícil de ser encontrada, só normalizando bem mais tarde quando outros açougues foram abrindo em Varre-Sai!

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